quinta-feira, 30 de abril de 2009

Exposição em Olinda destaca a importância da leitura

A Rede de Bibliotecas Comunitárias do Recife realiza, até 29 de maio, a exposição Livros e Mundos, que tem como tema a relação de crianças e adultos com o universo dos livros e da leitura. A exposição acontece no Centro de Cultura Luiz Freire [CCLF] e conta com o apoio do Instituto C&A. O objetivo central da iniciativa é apresentar a Rede de Bibliotecas Comunitárias, iniciativa pioneira na cidade, como alternativa de fortalecimento político e pedagógico de bibliotecas e espaços de leitura comunitários. A mostra, gratuita e dirigida ao público em geral, fica aberta para visitação de segunda a sexta, das 8h às 18h.
A mostra é composta por fotografias, textos e vídeo-documentário que mostram o papel político, cultural e pedagógico das bibliotecas e espaços de leitura comunitários a partir da ótica de seus freqüentadores, educadores e bibliotecários populares. Além desse material, exposto no hall de entrada e corredores do Centro de Cultura Luiz Freire, a exposição inclui atividades de mediação de leitura, oficinas e contação de histórias periódicas promovidas por integrantes das instituições que compõem a Rede.
A Rede de Bibliotecas Comunitárias é composta por bibliotecas e espaços de leitura que trabalham pela democratização do acesso aos livros e à leitura em bairros marcados pela ausência de educação de qualidade e políticas públicas na área cultural. Fazem parte dessa Rede a Biblioteca Multicultural do Nascedouro, Biblioteca Popular do Coque, Biblioteca Carangueijo-Tabaiares, Centro Educacional Popular Mailde de Araújo - CEPOMA (Brasília Teimosa), Biblioteca Peró (Jaboatão dos Guararapes), Creche Lar Mei-Mei e Centro Educacional, Social e Cultural Shekiná além do Centro de Cultura Luiz Freire (em Olinda).
O Centro de Cultura Luiz Freire fica na Rua 27 de Janeiro, 181, Carmo, Olinda. O telefone da instituição é (81) 3301-5241.
Nota publicada em www.rets.org.br em 29/04/2009.

Haikai de hoje [15]

A noite pinga
uma estrela no meu olho
e passa

Paulo Leminski

segunda-feira, 27 de abril de 2009

sábado, 25 de abril de 2009

Sim, crianças podem gostar de ler

Texto de Ignácio de Loyola Brandão, publicado em O Estado de S. Paulo, 24/04/2009, p. D12 - Caderno 2.

A cada passo, o espanto. Por fora parecia uma escola normal, o muro alto vedando a visão. Transposto o portão, o inesperado, a absoluta limpeza. Logo, outro assombro, não há uma só grade. Antes de começar a visita, fui ao banheiro. Imaculado. Desentendi. Não é uma escola pública em um dos bairros mais afastados da capital do Piauí'? Um dos mais violentos, abandonados? Não é uma escola para alunos carentes, aqueles a quem a vida pouco dá, ao contrário, vai tirando, sugando? Nenhuma grade para proteger do mundo exterior, nenhum grafite nas paredes e nem uma janela quebrada. A admiração cresceria a cada passo, relevando-me a diversidade brasileira, nossas incoerências e contradições.

Levado pelas diretoras Osana Morais e Ruthneia Costa, percorri classes, recebido por alunos sorridentes, de alto-astral, que me cantaram canções alegres. Já fui a muita escola de periferia de São Paulo e pelo Brasil. Alunos tristes, baixa autoestima, professores desiludidos, agredidos, humilhados. Instalações precárias, banheiros porcos, falta de carteiras, de material, paredes repletas de inscrições ininteligíveis, grades para evitar roubos e depredações, cozinhas precárias, merendas destinadas a fomentar subnutrição. Síntese do ensino brasileiro. Não nesta escola chamada Casa Meio Norte!

Tudo é diferente, e como!

Por que decidi vir, abandonando outros compromissos? Recém-chegado de Belém, ainda no aeroporto me disseram: "Nessa escola, cada aluno lê entre 20 a 30 livros por mês." Loucura, impossível! Vamos lá, quero ver! Não acreditei, até chegar. Na Casa Meio Norte, na Cidade Leste, as crianças têm paixão por livros e pela escrita. Cada sala de aula tem uma sacola com 50 ou mais livros, não há uma biblioteca central. O livro faz parte do cotidiano. As crianças descobriram que, por meio da literatura, podem escapar da áspera realidade em que estão envolvidos e a qual fatalmente seriam conduzidos. Um presente sem futuro. Tornado futuro pela escola, pela leitura e pela escrita.

Cidade Leste vive sob o domínio da violência, há todo tipo de foras da lei, do traficante ao ladrão, ao ladrãozinho, ao futuro ladrão. Esses meninos da Casa estariam destinados a se tornarem "mulas", transportando drogas, ou estariam nas ruas pedindo esmolas, roubando. Estariam soltos, abandonados, enviados à morte prematura. Há pais aqui que são do tráfico, da delinquência. Há quem não conheça o pai, há quem não saiba quem é sua mãe. Todavia, quando entramos e vemos aqueles rostos orgulhosos, sabemos, tudo indica, estão salvos. Nessa Casa comem quatro refeições por dia, quando o normal, fora dessas paredes, seria não comerem nada. Para ajudar a manter a Casa, o jornal Meio Norte, do Grupo de Comunicação Meio Norte, um dos principais de Teresina, entra com apoio, patrocina material e uma série de realizações. Acreditam que responsabilidade social pode gerar mudanças.

Assim que entrei, uma menina de 10 anos, Mariana Garcês, apanhou o caderno e leu um poema. Depois me deu a folha. Autografada, claro!

Se você do vício

conseguir sair

feche a porta

para eu não cair.

Se você na escola

conseguir entrar

deixe a porta aberta

para eu passar.

Contei minha história, a do Menino Que Vendia Palavras, meu livro infantil. Revelei que também fui pobre, lia muito, escrevia. A guarda estava aberta, havia um ponto em comum, as privações da infância. A cada passo, um aluno queria me mostrar um texto. Numa das classes, Anderson, dos mais tímidos da escola, encontrou coragem, me disse também um poema. Não conseguiu terminar, chorou de emoção. Todos queriam falar dos livros que leram, e foram tantos. A turma são 680 alunos -lê mais do que muito universitário da USP ou da PUC, do que muito menino de classe média e média alta do ensino privado. Eles gostam de ouvir e de contar histórias. Muitos não sabem se verão o pai no dia seguinte, habituados ao cotidiano de violência que permeia lá fora. Muitos desses pais são aqueles que garantem a "segurança" da Casa Meio Norte. Certo dia, uma gangue de outro bairro roubou equipamentos. Quatro horas depois os equipamentos "estavam de volta", resgatados. Há um conceito diluído no ar: Não mexam com a escola!

Muitas vezes, na reunião de pais e mestres, professores deparam-se com homens vestidos corretamente, camisas de mangas compridas para esconder tatuagens ou cicatrizes, participando, dando opinião, perguntando. Eles não querem que os filhos sejam como eles. E os filhos não querem ser. Essa escola de ensino aplicado, que existe há dez anos, está realizando aquilo que todos desejam, e responde à pergunta que ouvimos pelo Brasil inteiro: como fazer a criança ler? Como tirá-Ias das ruas, dar identidade,ensinar cidadania? Aquela meninada sabe mais de cidadania do que muito ministro e milhares de parlamentares federais, estaduais, municipais, envolvidos em maracutaias sem fim.

Seminários, convenções, simpósios, debates de "alto nível", comissões de governo. Não tem adiantado ao longo de décadas. Basta vir a Teresina e conversar com os 28 professores da Casa, um grupo de abnegados apaixonados por livros, histórias, fantasia. Ainda que com o pé inteiro na realidade. Os olhos daquela gente são iluminados. Aqui entra o paradoxo, a estranha maneira pela qual tudo funciona no Brasil e que nenhum ministro, secretário, educador, técnico, profissional consegue alcançar entender. Soluções ao contrário, o mundo funcionando ao reverso. A rebours, diria Huysmans. Há o Brasil aparente e o Brasil oculto com pessoas admiráveis sobre as quais não cai um foco de luz e elas não precisam, são alimentadas por sonhos e ideais. Brasil que caminha.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Literatura e mundo virtual

O escritor Milton Hatoum, autor entre outros livros de Dois irmãos (quem não leu, leia), também opina sobre a questão do livro e o mundo digital.
Clique aqui e leia seu artigo.

Haikai de hoje [12]

Primeiro frio do ano
fui feliz
se não me engano

Paulo Leminski

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Programa de índio

Como o Dia do Índio está chegando, aí vai uma boa dica de um material que pode ser utilizado.
Áudios do Programa de Índio - primeiro no Brasil a colocar povos indígenas como protagonistas na mídia eletrônica pela rádio USP nos anos 80 - agora estão acessíveis na Internet. A iniciativa é do projeto "Programa de Índio - História e histórias", idealizado pela Ikor - Projetos Culturais e Artísticos, em parceria com o Núcleo de Cultura Indígena da Universidade de São Paulo. O acervo conta com 200 programas - que foram recuperados e digitalizados. Esse material constitui a primeira experiência radiofônica de povos indígenas do Brasil.
Com a publicação do acervo na Internet a sociedade brasileira poderá ouvir novamente vozes que marcaram a história do movimento indígena no país. O site do projeto é www.programadeindio.org.
Nota publicada em www.rets.org.br.

Haikai de hoje [10]

Essa ideia
ninguém me tira:
matéria é mentira

Paulo Leminski

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Chartier: os livros e as tecnologias digitais

O francês Roger Chartier é um dos mais reconhecidos historiadores da atualidade. Professor e pesquisador da Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais e professor do Collège de France, ambos em Paris, também leciona na Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, e viaja o mundo proferindo palestras. Sua especialidade é a leitura, com ênfase nas práticas culturais da humanidade. Mas ele não se debruça apenas sobre o passado. Interessa-se também pelos efeitos da revolução digital. Diferentemente dos que prevêem o fim da leitura e dos livros por causa dos computadores, Chartier acha que a internet pode ser uma poderosa aliada para manter a cultura escrita. Em uma entrevista, ele conta como a leitura se popularizou no século 19, mas destaca que bem antes disso já existiam textos circulando pelos lugares mais remotos da Europa na forma de literatura de cordel e de bibliotecas ambulantes. Clique aqui e confira os principais trechos da conversa.

Haikai de hoje [9]

Vazio agudo
ando meio
cheio de tudo

Paulo Leminski

terça-feira, 14 de abril de 2009

Haikai de hoje [8]

Dia cinzento
assim me levanto
assim me sento

Paulo Leminski

Unesco inaugura biblioteca virtual

A Biblioteca Digital Mundial da Unesco será lançada no próximo dia 21, em Paris, na sede da instituição. O site, disponibilizado em sete idiomas, vai oferecer livros, manuscritos e documentos sonoros recolhidos de bibliotecas e arquivos do mundo todo. Desenvolvido por uma equipe da Biblioteca do Congresso Americano, o projeto, segundo informa a Folha OnLine , tem a participação da Arábia Saudita, Brasil, Egito, China, Estados Unidos, Rússia, França, Iraque, Israel, Japão, Grã-Bretanha, México e África do Sul, entre diversos outros países.
Nota publicada no Boletim do PNLL (Plano Nacional do Livro e Leitura), n. 151, de 13 de abril de 2009.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Exposição "Ilustradores de Monteiro Lobato"

No período de 7 a 21 de abril, a Biblioteca Paulo Leminski realiza uma atividade a partir da exposição "Ilustradores de Monteiro Lobato". A atividade é destinada a crianças de 5 a 10 anos e consiste em uma apresentação dos ilustradores, enfocando as diversas representações dos personagens do Sítio do Picapau Amarelo, também em uma contação de uma história de Monteiro Lobato e à solicitação que as crianças elaborem uma ilustração sobre a história ou dos personagens do universo lobatiano. Os trabalhos realizados pelas crianças são incorporados à exposição.


Haikai de hoje [7]

Amar é um elo
entre o azul
e o amarelo

Paulo Leminski

quarta-feira, 8 de abril de 2009

terça-feira, 7 de abril de 2009

As bibliotecas e a crise

A crise econômica está fazendo com que americanos desempregados busquem ajuda e se refugiem em bibliotecas públicas. De acordo com o The New York Times, este fenômeno está causando mudanças no sistema destes locais, que se anteciparam e criaram guichês para busca de emprego, contrataram voluntários para revisão de currículos e suporte para as pessoas desempregadas, além de reforçarem a segurança, já que o número de roubos e ladrões aumentou. Outro fator alterado pela crise é a demanda pelo entretenimento gratuito, refletido no crescimento de retiradas de DVDs, CDs e audiobooks.

Nota publicada no Boletim do PNLL (Plano Nacional do Livro e Leitura), n. 150 de 6 de abril de 2009.

Haikai de hoje [4]

Haja hoje
para tanto
ontem

Paulo Leminski

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Utópicos sempre

No início do ano houve um encontro dos 4 CEUs subordinados à Diretoria de São Miguel Paulista (Pq. Veredas, Vila Curuçá, Pq. São Carlos e Três Pontes). Na ocasião, foram apresentados os planejamentos desses equipamentos para o ano de 2009. Na discussão que aconteceu aqui no Parque Veredas um fato ficou constatado: qualquer que seja o planejamento, ele sempre será uma carta de intenções num pedaço de papel se não for considerado o "humano" sempre (alunos, professores, funcionários, usuários da comunidade). A partir disso, discutiu-se a fundamental importância da integração de todas as unidades do CEU na elaboração de uma proposta de planejamento que considerasse o desenvolvimento do ser humano como um todo. Para ilustrar essa questão, elaboramos uma narração de uma história que gostaríamos que representasse o resultado dos esforços dos funcionários e professores. O roteiro foi escrito por Miro Nalles (coordenador da biblioteca) e Ana Maria (diretora da EMEI do CEU Pq. Veredas) e narrada por Uyara Couto (AGPP da biblioteca).
Ouça aqui a história!

Haikai de hoje [3]

Ameixas
ame-as ou
deixe-as

Paulo Leminski

sexta-feira, 3 de abril de 2009

A Barsa de ontem e o Google de hoje

A revista Época publicou na edição 537 (29/08/2008), uma entrevista com Robert Darnton. Historiador, ex-professor da Universidade de Princeton, atualmente é o diretor da Biblioteca da Universidade de Harvard. Defensor das novas tecnologias e responsável pela missão de digitalizar e tornar acessível gratuitamente pela internet o conjunto da produção intelectual de Harvard, ele alerta para a necessidade de se educar a nova geração a usar a "máquina" chamada livro. Para quem trabalha atendendo aos estudantes nas bibliotecas, que enfeitiçados pelo fetiche dos computadores desdenham a pesquisa em livros e se utilizam da poderosa ferramenta "cortar e colar", as palavras de Darnton ilustram muito bem esse fato. Do mesmo modo que pesquisas recentes sobre analfabetismo funcional comprovam que frequentar a escola somente não basta para a efetiva alfabetização, será que o acesso ao computador e à rede mundial de computadores, por si só, representa realmente a inclusão digital? Será que a cópia pura e simples de textos em livros para o recorte e cola representa avanço? Clique aqui para ler a íntegra da entrevista de Robert Darnton publicada na revista Época.

haikai de hoje (2)

Confira
tudo que respira
conspira

Paulo Leminski

quinta-feira, 2 de abril de 2009

1 Haikai de Leminski ao dia

A cada dia iremos postar um haikai escrito por Paulo Leminski. Aí vai o de hoje:

a noite - enorme
tudo dorme
menos teu nome

Mas afinal, quem é Paulo Leminski?

Paulo Leminski nasceu aos 24 de agosto de 1944 na cidade de Curitiba, Paraná. Neto de colonos poloneses, tinha ascendência negra por parte de mãe. Desta fina mistura étnica muito se orgulhava o poeta. Foi seminarista da Ordem dos Beneditinos e neste período, com certeza, iniciou seus estudos de latim e grego. No início da década de 1960 começou a estudar a língua e cultura japonesas e publicou em 1983 uma biografia de Bashô.

Os valores contraculturais e libertários dos anos sessenta tiveram um impacto muito grande no seu projeto de vida e poesia, tanto quanto o contato com o concretismo. Tinha como traço marcante de sua personalidade o prazer pela polêmica. Era um indivíduo provocador, as vezes irascível, que motivava na crítica freqüentes reações desfavoráveis com relação a ele.

Um aspecto marcante na obra poética de Paulo Leminski é o esmero que o autor trabalha o poema enquanto mancha gráfica, a atenção que dispensa à palavra enquanto elemento significante e à letra enquanto corpo tipográfico variante em sua carga comunicativa. Este cuidado tanto pode ser atribuído à sua afinidade com a produção da poesia concreta quanto à sua vivência de publicitário.

Em 1964, já em São Paulo, publica poemas na revista Invenção, porta voz da poesia concreta paulista. Casa-se, em 1968, com a poetisa Alice Ruiz. Teve três filhos: Miguel Ângelo, falecido aos 10 anos; Áurea Alice e Estrela. De 1970 a 1989, em Curitiba, trabalha como redator de publicidade. Compositor, tem suas canções gravadas por Caetano Veloso, pelo conjunto "A Cor do Som" e por Moraes Moreira entre outros. Publica, em 1975, o romance experimental Catatau. Traduziu obras de James Joyce, John Lennon, Samuel Becktett, Alfred Jarry. Colaborou, também, com o suplemento Folhetim do jornal Folha de São Paulo e com a revista Veja.

Em 1978 ao ser diagnosticado um problema no seu fígado, devido ao uso intensivo e prolongado de bebidas alcoólicas, toma a decisão de não mais beber. Em carta ao amigo Régis Bonvicino, informa-o dessa decisão:

Meu fígado deu um stop, parei de beber total: Está fazendo uma semana q não provo álcool, se der, não provo mais. Cheguei à conclusão que o álcool até agora tinha me dado mas ia começar a me tirar. Não quero acabar como fernando pessoa com hepatite etílica aos 44 anos. Pound e Maiakovski, os maiores poetas do século, não bebiam.

Por ironia do destino, no dia 7 de junho de 1989, aos 44 anos, o poeta falece em sua cidade natal vítima de hepatite etílica. Sua obra tem exercido marcante influência em todos os movimentos poéticos dos últimos 20 anos. Seu livro Metamorfose foi o ganhador do Prêmio Jabuti de Poesia, em 1995. Em 2001, um de seus poemas (Sintonia para pressa e presságio) foi selecionado por Ítalo Moriconi e incluído no livro Os Cem Melhores Poemas Brasileiros do Século da editora Objetiva.